segunda-feira, 25 de agosto de 2014



Já sei, estamos todos fartos da crise e de se falar em crise. Até parece que quanto mais tocamos no termo, mais se agrava a dita cuja. Dizem-nos que há que ter paciência, que devemos aguardar mais uns tempos, porque isto passa. É como a constipação, vai tomando uns chazinhos e umas ponchas, que a coisa vai lá. Assim mesmo, nem é preciso tomar medidas; mandem-se às malvas as linhas de crédito, não é necessário colocar a banca na ordem, quais incentivos fiscais qual carapuça, nada de incentivar o bom investimento público, a iniciativa privada, a recuperação e revitalização empresarial, e quem quiser trabalhar deverá ser severamente punido. Aliás, essa preocupação, quase enfadonha, com o emprego e o número de desempregados não interessa coisa nenhuma, porque até há o subsídio de desemprego que corrige todas as assimetrias e ainda poupa uns tostões aos malandros dos empresários. Deixem-se de tretas porque não podemos perder tempo com assuntos menores e que não interessam a ninguém. Há para aí uma teoria que defende que o que interessa é fazer investimento público, mesmo que inventado (e não necessitado ou pertinente, como estabelece a Contabilidade Pública), se forem públicos tanto melhor, não sendo relevante se têm ou não retorno, (o tal R.O.I., mas nada tem a ver com ratos, muito menos de cinco unhas).Imaginem que até se dizem Keynesianos! (ai se Keynes sabe disto). O que interessa é fazer obra, se possível que custe uns milhões e o problema, de certeza absoluta, que se vai resolvendo, porque vão “injectando dinheiro” na economia. Seja aeroporto ou tgv, estrada, marina, centro cívico ou ponte, o que importa é anunciar a desejada e ansiada obra. Depois de estar pronta, então fazem-se os estudos, para averiguar da sua viabilidade e, claro está, avaliar o impacte ambiental. Mas só no fim, não vá o diabo tecê-las e aparecerem resultados surpreendentes, que não agradem aos seus mentores.
Como diria Albert Einstein, “em momentos de crise só a imaginação é mais importante do que o conhecimento”.
Cá na nossa terra, parece-me que já existe imaginação a mais e competência a menos. Será que é a síndrome do Einstein?
O Prof. Augusto Mateus, numa conferência recente, referiu que “um investimento é sempre uma despesa mas uma despesa nem sempre é um investimento”, acrescentando que “o investimento público é muitas vezes realizado à revelia da evolução da procura”.
 Referiu, também, que o investimento público e o investimento privado têm lógicas diferentes. No investimento privado, o investidor preocupa-se sempre com a rentabilidade do mesmo; no investimento público nem sempre é assim porque o investidor usa o dinheiro dos contribuintes. Ou seja, o risco de um mau investimento é maior no lado público. Deu como exemplo as “auto-estradas construídas para ganhar eleições”.
Aqui na nossa terra temos vários exemplos destes, sobretudo nos últimos anos, os quais têm sido amplamente debatidos nos últimos dias, fruto do posicionamento de algumas candidaturas à liderança do PPD/PSD.
Ora aqui está um bom tema para reflexão, esperando que os nossos Governantes (os actuais e os futuros) possam tirar as devidas ilações, para que, pelo menos, o pobre do cidadão que está farto de pagar impostos não seja mais sacrificado com a irresponsabilidade que por aí grassa.
 
 
 
 

terça-feira, 19 de abril de 2011

O FMI e o Cobrador do Fraque

Recentemente estive em Lisboa e, como era de esperar, encontrei o FMI. Alto, magro e espáduo, com olhar circunspecto, de bigode, cabelo lambido e semi oculto pelo chapéu de copa alta, todo vestido de negro com a casaca a condizer. Era tal e qual como o tinha imaginado, talvez um pouco mais alto e magro, mas, no essencial, condizia exactamente com aquilo que eu pensava. Aliás, até julgo que existem muitas semelhanças com um outro personagem famoso, o Cobrador do Fraque. Só que este, à falta de melhor, procura uns pobres para poder receber algum; O FMI, esse anda atrás da alta esfera, para ver como é que a alta finança , aliada com o poder politico e mais uns quantos, desbaratou a economia nacional e deram cabo de todo o nosso sistema produtivo. Depois de descobrir tudo, há-de propor um financiamento adequado, com taxas de juro bastante confortáveis, para que os países mais ricos ganhem mais uns cobres à custa destes parvos que andam a dormir há imenso tempo. Assim, dizem os entendidos, esta oportunidade não pode ser desperdiçada, ou seja, batemos no fundo mas tal facto não é um drama, é sim uma oportunidade. Vendo bem, é mesmo uma oportunidade mas é para correr com esta cambada que nos trama todos os dias, com estes partidos políticos, com estes governantes incompetentes, com estes banqueiros especuladores e com todos aqueles lambe botas que fazem a côrte e batem palmas para adular este estado de coisas.E, então, no caso da banca é de pasmar! Quando estão à rasca lá vão em romaria ao Governo, pedir ajuda e, claro está, acabam por conseguir aquilo que querem, ou seja, quem lhes vai pagar a conta somos todos nós. Deviam de ser executados, os seus bens penhorados e entregues à fazenda pública, tal como acontece com todos aqueles que não conseguem cumprir com a banca e ficam sem as sua casas, muitas vezes o único bem que possuem. Quem é que tem coragem para por ordem a este estado de coisas? Já repararam que a ajuda que o FMI e a UE vierem a conceder é para ajudar o sistema financeiro? Façamos como a Islandia, não pagamos!E,para agravar a situação, os juros da nossa divida soberana não param de subir. Obviamente, quando o trabalhinho do Sr. FMI estiver concluído, os juros do empréstimo que aí vem , comparados com estes, até vão parecer uma pechincha! Mas, é graças a este personagem que vamos sobreviver. Só é pena é que daqui por uns anos vamos voltar ao mesmo, dado que está demonstrado que não temos emenda e como bons portugueses, lá vamos sobrevivendo, umas vezes melhor outras pior, vamos andando como se diz por aqui.

segunda-feira, 11 de abril de 2011

Estamos à rasca

Estamos à rasca! Grande novidade, já sabíamos onde isto ia parar, só os nossos políticos é que não se aperceberam para onde nos levavam... Não se aperceberam uma gaita!! Nunca imaginaram, dada a incompetência que se lhes assiste, ( e que é denominador comum nos politicos) que esta trapalhada fosse dar no que deu. Ainda apareceram por aí uns quantos ,com boas intenções, mas, como eram técnicos, nomeadamente na área da economia, não era conveniente lhes dar ouvidos, dado que os eleitos não podem ser contrariados pela plebe, mesmo que estes tenham competências mais adequadas ao desempenho da função. Até parece que esta classe política, quando atinge determinado patamar, é ungida pelo dom da sabedoria e não tem de dar cavaco a mais ninguém . Pois,agora há que fazer sacrifícios. E, adivinhem quem os vai fazer?! Claro está que quem vai pagar é o pessoal do costume, e aqueles que nos meteram nesta embrulhada vão continuar bem da vidinha. Em vez de serem julgados ou presos, acusados de gestão danosa ( como acontece nas empresas privadas) ainda vão ser premiados com um qualquer cargo na ONU. É assim mesmo, quanto maior for o buraco, maior será o cargo. Imaginem o que está reservado para aqueles que têm liderado o nosso país. Penso que acima de Secretario Geral da ONU não há mais nada, ou haverá?

quarta-feira, 16 de fevereiro de 2011

O Aterro da Avenida do Mar

Aterrados andamos nós com esta crise que nunca mais acaba. Mas, já não nos bastava a crise económica e financeira, temos também de aturar uma gritante crise de falta de valores, de incompetência nos mais diversos sectores de actividade, com destaque na politica, o que ainda nos causa mais apreensão e dificuldade em vislumbrar como vamos sair deste estado de coisas. Provavelmente ,só com gestores profissionais em vez destes governantes, escolhidos a dedo e sem critério que não o da militância partidária ( abaixo a "partidarite") para podermos ter alguma esperança.Ainda esta semana, o Primeiro Ministro afirmou que "vamos no bom caminho" face a alguns números que lhe pareciam favoráveis; eis senão quando, o Presidente do Banco de Portugal, qual desmancha prazeres, diz que o País está em recessão. Também não era preciso exagerar. Então o País está em recessão? E nós não dávamos por nada?! O homem, tá visto, é dos tesos e não está com meias medidas. Estou mesmo a ver o que aí vem. Os defensores do regime a dizerem que aquelas afirmações do Presidente do Banco de Portugal foram inoportunas, que tudo isto é uma falácia, que foi um mau serviço prestado ao País, que agora é que nos vão tramar de vez, que os mercados (os do costume, os especuladores) nos vão penalizar, que a taxa de juro da nossa divida soberana ( sim, porque a nossa divida é soberana, mesmo que sejamos republicanos) vai para valores incomportáveis, em suma, que estamos tramados. Mas, já não estávamos? Pois, estamos como o Aterro, muitos desenhos e pouca acção.

segunda-feira, 31 de janeiro de 2011

Aqui há Coelho

As eleições presidenciais trouxeram, como era de esperar, uma enfadonha campanha cheia de lugares comuns e de equívocos, que se traduziu na reeleição do Prof. Cavaco Silva.Como novidade, apareceu um candidato outsider e desconhecido que embalado pelas suas raízes de esquerda,e com um discurso mordaz e repetitivo conseguiu baralhar as contas em alguns concelhos da Madeira, sobretudo o do Funchal.É caso para dizer, aqui há Coelho! Não sabemos é se vai resistir ao período de caça intensa que se segue e, pelos vistos, já começou a tropeçar, mal lhe deram alguma corda. De facto, quem nasceu para lagartixa dificilmente chega a jacaré e, no caso em apreço, prevê-se que a balburdia vai ser grande e não haverá grande escolha, pelo que se prevê um recolher à toca.
De facto, enquanto o homem não foi conhecido, a coisa sempre se fez sem se dar muito na vista e com pouco apetite desses entes vorazes que por aí proliferam, quer à esquerda quer à direita;agora que o bicho inchou, é vê-los em bicos de pés, a ver se apanham boleia ou se lhe passam a mão pelo pêlo.Muitos, que nem queriam ouvir falar no dito cujo, até já são seus amigos de infância. A propósito, Coelho obteve 39% dos votos, mas parece que ninguém votou nele...Vamos lá ver as cenas dos próximos capítulos

quinta-feira, 11 de novembro de 2010

Nova Secção de Pugilismo no Maritimo

Abriu a nova secção de pugilismo do Marítimo, inaugurada pelo seu Presidente na passada Terça Feira, dia 9 de Novembro. Ao acto assistiram inúmeros adeptos do clube e contou com a presença da generalidade da comunicação social da nossa praça.Após os discursos da praxe,(dada a ausência do padre da freguesia, a secção ainda não foi benzida) seguiu-se uma demonstração prática, sendo intervenientes o próprio Presidente e um elemento da comunicação social, escolhido ao acaso. Coube em sorte, o repórter de serviço do Diário de Noticias,que informado das regras colocou-se a jeito para a ansiada demonstração, sendo de imediato enviado para uma visita de urgência ao Hospital (vulgo, Bordel).Com a breve demonstração exultaram todos os presentes, surpreendidos com os dotes evidenciados pelo Presidente, sobretudo se comparados com os seus dotes de oratória.Assim sim, isto é que é falar e todos perceberam esta intervenção, ao contrário de outros discursos que ninguém entende.É caso para dizer: quem fala assim não é gago

terça-feira, 19 de outubro de 2010

Ladrão que rouba a ladrão...

Há dias fomos surpreendidos com um assalto a um banco, lá para os lados da Fernão de Ornelas.Os assaltos não são caso virgem, nem tão raros assim na nossa santa terra; o curioso deste e mais surpreendente, é que foi de fora para dentro. Normalmente,e dada a força do hábito, já nem ligamos importância aos assaltos diários que os bancos nos fazem. Até nos roubam enquanto estamos a dormir.Desta vez o caso teve contornos diferentes e eis senão quando, o dito colega de trabalho, arranjou um disfarce e uma pistola (pelo que consta nos jornais do dia) e toca a recuperar algum crédito vencido.É assim mesmo, não se pode deixar créditos em mora, por mais insignificantes que sejam.E, pelo que se viu, esta recuperação de crédito teve pleno sucesso, principalmente se compararmos com os métodos utilizados pela banca, que nos chateiam dia e noite com telefonemas, muitos deles através de call centers, dando os nossos dados a não se sabe bem a quem, quando existe o dever de segurança e confidencialidade. Ora, quando as nossas contas já andam de boca em boca nesses famigerados call centers, porque é que ainda se discute o Segredo Bancário? Ao menos, o dito cujo que entrou na dependência bancária da Fernão Ornelas, guardou tão bem o sigilo bancário que até agora não foi descoberto. Pois é, dir-me-ão que é uma questão de competência tecnica e profissionalismo e estou perfeitamente de acordo!